Não foi só o número de investidores pessoa física que aumentou vertiginosamente em 2020, o número de IPOs (Ofertas iniciais de ações) é o maior desde 2007.
Mesmo em meio a uma grande pandemia e uma crise financeira causada pela mesma, as empresas tem buscado cada vez mais entrar na bolsa de valores, segundo especialistas, esse movimento dá indícios que continuará ocorrendo em 2021.
Entre janeiro e dezembro de 2020 foram realizados 28 IPOs na bolsa de valores brasileira (B3), com captação total de 117 bilhões de reais. Desde 2007 não se observava um número de IPOs como esse. Na época foram realizados 64 IPOs que levantaram ao todo 55 bilhões de reais, já no ano passado foram apenas 5 IPOs.
“É pouco comemorar ter 30 IPOs levando em conta o tamanho do mercado brasileiro. Deveria ser muito mais”, disse o executivo que preside um órgão da Bolsa formado por 20 representantes —de empresas e bancos a escritórios de advocacia e fundos de investimento— com papel de ajudar a B3 na criação e aprimoramento de produtos e serviços.
O maior IPO de 2020 foi realizado pela Rede D’Or (RDOR3), estreando na bolsa a um valor de mercado que supera os 100 bilhões de reais. Somente com o IPO a empresa levantou cerca de 11,4 bilhões. Esse é o terceiro maior IPO já registrado na bolsa brasileira.
Segue a lista das empresas que realizaram IPO em 2020 e quanto cada uma levantou em reais segundo a B3:
- 3R: R$ 690 milhões
- Aeris: R$ 1,1 bilhão
- Alphaville: R$ 305 milhões
- Ambipar: R$ 1,08 bilhão
- Boa Vista: R$ 2,21 bilhões
- Cury: R$ 977,5 milhões
- d1000: R$ 400,2 milhões
- Enjoei: R$ 1,1 bilhão
- Estapar: R$ 345,3 milhões
- Grupo Mateus: R$ 4,6 bilhões
- Grupo Soma: R$ 1,82
- Hidrovias: R$ 3 bilhões
- JSL: R$ 693,7 milhões
- Lavvi: R$ 1,16 bilhão
- Locaweb: R$ 1 bilhão
- Méliuz: R$ 583,4 milhões
- Melnick: R$ 647,8 milhões
- Mitre Realty: R$ 1,02 bilhão
- Moura Dubeux: R$ 1,25 bilhão
- Neogrid: R$ 486,45 milhões
- Pague Menos: R$ 858,9 milhões
- Petz: R$ 3 bilhões
- Plano e Plano: R$ 633,4 milhões
- Priner: R$ 200 milhões
- Quero-Quero: R$ 1,94 bilhão
- Rede D’or: R$ 11,4 bilhões
- Sequoia: R$ 905,8 milhões
- Track & Field: R$ 454,7 milhões
Em partes o que explica esse número crescente de IPOs, o mesmo motivo do número crescente de investidores pessoa física na bolsa de valores, a taxa Selic em queda histórica a 2% ao ano serve como motivação para que os investidores procurem por melhores rentabilidades na bolsa de valores apesar do risco mais elevado.
Com um número maior de investidores na bolsa as empresas viram como uma oportunidade de entrar também nesse mercado via realização de IPO.
Uma possível retomada da economia em um cenário pós-pandemia deve motivar ainda mais empresas e investidores a virem para a bolsa. Logicamente temos nossos problemas internos como inflação em tendência de alta e o rombo fiscal que depende em grande parte que as reformas tributarias e administrativas sejam realizadas.
O mercado também aguarda pelas privatizações prometidas pelo governo e observa atentamente como a economia irá se comportar em um cenário sem o auxílio emergencial.
Caso você queira saber mais a respeito de como a bolsa de valores funciona e porque uma empresa realiza o IPO, confira o post que eu fiz: Bolsa de valores: O que é e como funciona