A Evergrande é a segunda maior incorporadora da China, com cerca de 1300 projetos em construção em mais de 280 cidades.
Ela se tornou tão grande que passou a investir inclusive em outras áreas, sendo proprietária de empresas de mídia, uma montadora de carros elétricos, um time de futebol, entre outros empreendimentos.
Já em matéria de dívida a Evergrande possui a maior dívida do mundo entre as incorporadoras. O valor que ela deve passa da casa dos 300 bilhões de dólares.
O problema da Evergrande começou com o declínio na demanda por imóveis, aliado a isso o governo chinês passou a implantar uma série de regulações no setor que pretendiam reduzir o endividamento das empresas e barrar toda essa especulação do mercado, mas por consequência, limitou a entrada de dinheiro para a incorporadora.
Uma das limitações foi a proibição da pré-venda de empreendimentos, o que impactou em cheio a Evergrande.
A dívida da Evergrande tornou-se quase impagável e agora ela começou a dar sinais que não irá conseguir honrar as suas dívidas.
A Evergrande deve dinheiro para 128 bancos e mais de 121 instituições não bancárias. O preço de suas ações caiu cerca de 85% no último ano.
Uma possível falência da empresa, levaria não só esses bancos e instituições financeiras a um grande prejuízo, como também os investidores detentores de suas ações.
E por se tratar de uma dívida tão grande poderia levar a um risco sistêmico semelhante ao ocorrido em 2008 ou talvez até pior.
Como vários bancos emprestam dinheiro de outros bancos, o não pagamento da dívida poderia impactar toda a cadeia bancária, além disso muitas empresas prestam serviços e são fornecedoras da Evergrande, possivelmente muitas seriam fortemente impactadas.
Com os bancos afetados pela falência haveria também uma escassez de liquides no mercado causando um efeito dominó principalmente com as outras incorporadoras que necessitam desses recursos.
E por falar em liquidez, como a Evergrande não pode se endividar ainda mais, essa falta de liquidez fez com que metade dos empreendimentos parassem por falta de caixa piorando ainda mais a situação.
Aliado a isso temos cerca de 1 milhão e meio de famílias que pagaram por seus imóveis e agora não sabem se irão recebe-los.
E por fim temos cerca de 200 mil empregados que agora não sabem se ainda terão os seus empregos mantidos.